quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Senhor da interpelação...

Senhor da interpelação

Contemplo no silêncio os sinais do Teu amor. Deixo-me embeber pelas Tuas Palavras que continuam a meu ver assustadoras.
A intuição dos símbolos é concretizável quando percebo a Tua interjeição: “Ai de vós!” 


Usas vocábulos de sementes lançadas à terra e o gosto e o perfume da hortelã estão presentes para lembrar que todas estas coisas são passageiras, mas estão em primeiro lugar sobrepondo-se à justiça e ao amor de Deus. 
Onde está o essencial da vida? No fingimento? Afinal, vens dizer-me que não é nada disso, vens afirmar que o ritual da Lei observada pelos doutores é efémero, daí a recomendação: “ não alimentar o ódio, nem praticar a injustiça”…
Preciso de compreender a Tua Palavra. As minhas acções têm de condizer com a vida, não pode haver censura para com os outros… não posso esperar simpatias e primeiros lugares, nada de intenções ambíguas, formais. É necessário definir a procura da justiça e do Teu infinito amor.

A interjeição de dor, de origem profética dirigida à religiosidade farisaica, é a mesma para mim nas horas menos fiéis da vida, quando ponho em questão a justiça, o amor e a verdade que brotam da Tua Palavra.
Ensinas-me o caminho que leva à mudança do coração. Ensinas-me que não devo ser causa de ruína para ninguém. Tudo na vida tem de ser puro e nunca caiado, enganoso e irreal. Tudo tem de ser revestido de autenticidade. O amor é fruto do empenho responsável, é fruto da obra do Espírito que dá vida.

Só em Ti refaço o meu cansaço. Só em Ti descubro a beleza da Lei do Amor que me renova no mais profundo deste ser que criaste para Ti. Em Ti, descubro o refúgio para o sufoco que me engasga e impede de respirar. Em Ti encontro o cajado forte e seguro que me apoia nas quedas que quase nem têm conta.

Hoje, no meu tempo, estarei pronta para Te escutar, para prestar atenção à Justiça, ao Amor, à verdade e à sinceridade de vida. Entabulo o diálogo amigável que me leva nem sei onde nem como explicar. Que a simpatia e o gozo que sinto face ao Verbo Encarnado na Palavra que leio, rezo e medito, sejam o motivo forte da minha renovação e conversão. Que as recomendações que dela recebo, me levem a olhar para o meu semelhante. 


Que no silêncio interior do coração que habitas eu eleve a minha alma para Ti e a sacie com a água da Vida, para Te poder transmitir com Fé, com Justiça, com Caridade e com Verdade.

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