sábado, 10 de setembro de 2011

  Frutos  bons

O "Sermão da Planície", no evangelho de Lucas, que corresponde ao "Sermão da Montanha", em Mateus, é encerrado com estas três parábolas sobre árvores e frutos e sobre o tesouro do coração. Elas apontam para a conversão, para a renovação da vida pessoal. Pela conversão a pessoa abandona falsos valores oferecidos pelo mundo dos poderosos e adere ao projeto de vida de Jesus. É a casa construída sobre a rocha. Uma vida colocada a serviço do próximo, com seus frutos de amor e de misericórdia permanece para toda a eternidade. A comparação com as árvores e seus frutos é facilmente compreendida e muito sugestiva. Contudo não se trata de chegar à conclusão dualista de que as pessoas separam-se em boas e más, mas, sim, concluir que cada um deve encher seu coração de coisas boas para que seus frutos sejam bons.

A árvore boa dá bons frutos...

Lc 6,43-49
- A árvore boa não dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta não dá frutas boas. Pois cada árvore é conhecida pelas frutas que ela produz. Não é possível colher figos de espinheiros, nem colher uvas de pés de urtiga. A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu depósito de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio.
- Por que vocês me chamam "Senhor, Senhor" e não fazem o que eu digo? Eu vou mostrar a vocês com quem se parece a pessoa que vem e ouve a minha mensagem e é obediente a ela. Essa pessoa é como um homem que, quando construiu uma casa, cavou bem fundo e pôs o alicerce na rocha. O rio ficou cheio, e as suas águas bateram contra aquela casa; porém ela não se abalou porque havia sido bem construída. Mas quem ouve a minha mensagem e não é obediente a ela é como o homem que construiu uma casa na terra, sem alicerce. Quando a água bateu contra aquela casa, ela caiu logo e ficou totalmente destruída.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Senhor da doçura...

Senhor da doçura

Tudo é sinal do Teu amor! Tudo é dom! Tudo é resposta de amor ao amor que totalmente se nos dá! Tudo se transforma porque em cada sinal, em cada gesto de amor, esconde-se
A beleza do Teu amor sumamente infinito. És o Senhor da doçura, do amor e do perdão. Os teus caminhos são sempre novos! Prefiro ser sempre Tua peregrina, pois em cada passo medido e calculado encontro um coração doce, carregado de amor, que olha para o nada que sou e teimosamente quer transformar tudo em riqueza. Sou fruto de um amor desmedido. Olho surpreendida o teu parar diante de mim para me aceitares, para me abraçares, para perdoares tantos sinais da minha infidelidade.
Sabes bem, que não sou nada, sem a experiência deste amor que se doa incondicionalmente. Sei Senhor, que posso dizer -te que és admirável, que és a sabedoria que necessito, a razão que me faz falta, e o fogo que preciso para me purificar,
Tu, és ânimo quando desanimo, Tu, és a palavra certa quando não tenho palavras, Tu, és o acolhimento quando me sinto desprotegida, Tu, a minha rocha, Tu, o meu refúgio, Tu a minha âncora e a minha segurança.

A Ti, ofereço o meu caminhar de peregrina, busco trilhar contigo um caminho novo, feito de amor, de serenidade, de doçura e de paz, um caminho sereno feito serenidade em Ti! O desejo de mudança vai crescendo, o anseio do encontro faz-se impulso, e então sou apenas um vaso envelhecido, quebrado, desmaiado pelo tempo, mas, Tu queres-me um vaso novo, e eu quero ser nova em Ti, quero que as Tuas mãos de artista me façam de novo me proporcionem beleza e brilho interior.

Com a força dos Teus dons, sou uma nova criatura, com a doçura do Teu amor, respiro amor, e ofereço-o como Tu queres que eu faça em cada dia da minha existência! Toma-me só para Ti! Enche-me dos Teus preciosos dons! Acolhe-me com tantos nadas que sou! Aceita-me por inteiro, sem nada guardar para mim.

Tira os ciscos que me cegam e são impedimento para gozar da Tua bondade e da doçura do Teu coração. Faz brotar do meu coração o desejo de crescer nas sendas da humildade. Deixa-me palmilhar rotas novas para que em mim tudo seja transformado. Na cana que voa ao vento, na doçura do favo do mel, no fervilhar do mosto, na aurora de um sol que teima em brilhar com fulgor, brilha também Tu em mim, adoça a minha vida para que o amargo se transforme em doçura de vida.




O cisco ou a trave no olho
Lucas reúne, na segunda metade do capítulo 6 de seu evangelho, após a proclamação das bem-aventuranças, várias sentenças de Jesus veiculadas na tradição das comunidades. Compõe, assim, um discurso, à semelhança do Sermão da Montanha, de Mateus. No texto de hoje temos duas sentenças correlacionadas entre si. A referência a "parábola", na introdução do texto parece vincular-se à parábola das duas casas, narrada mais adiante (vv. 43-49).
Na primeira sentença temos as duas interrogações sobre o cego que guia outro cego. É possível que, originalmente, fosse dirigida aos fariseus tidos como guias de uma doutrina que desorientava o povo. Lucas, aqui, a estaria aplicando também aos discípulos, os quais deveriam entender melhor a missão de Jesus. Ao estarem bem formados não deverão pretender ser maior do que Jesus. A segunda interrogação é feita com uma comparação usando o exagero: o cisco ou a trave no olho. Em vez de ficar procurando defeitos nos irmãos, é importante que faça a sua própria autocrítica. Assim, com humildade, se está preparado para, com lucidez e amor, se fazer a correção fraterna do irmão.

Tira primeiro a trave do teu olho...

E Jesus fez estas comparações:
 - Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor. Porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.
 - Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: "Me deixe tirar esse cisco do seu olho", se você não repara na trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Por Ele fostes Ressuscitados...

Carta aos Colossenses 2,6-18.

Irmãos: Do mesmo modo que recebestes Cristo Jesus, o Senhor, continuai a caminhar nele: enraizados e edificados nele, firmes na fé, tal como fostes instruídos, transbordando em acção de graças.
Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo, e não em Cristo.
Porque é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade e nele vós estais repletos de tudo, Ele que é a cabeça de todo o Poder e Autoridade.
Foi nele que fostes circuncidados com uma circuncisão que não é feita por mão humana: fostes despojados do corpo carnal, pela circuncisão de Cristo.
Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
A vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da vossa carne, Deus deu-vos a vida juntamente com Ele: perdoou-nos todas as nossas faltas,
anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz.

Depois de ter despojado os Poderes e as Autoridades, expô-los publicamente em espectáculo, e celebrou o triunfo que na cruz obtivera sobre eles.
Por isso, não vos deixeis condenar por ninguém, no que toca à comida e à bebida, ou a respeito de uma festa, de uma Lua-nova ou de um sábado.
Tudo isto não é mais que uma sombra das coisas que hão-de vir; a realidade está em Cristo. Não vos deixeis inferiorizar por quem quer que seja que se deleite com práticas de humildade ou culto dos anjos. É gente que, dando toda a atenção às suas visões, em vão se gloria com a sua inteligência carnal.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Aleluia...

Levanta-te...

Lc 6,6-11

Num outro sábado Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Estava ali um homem que tinha a mão direita aleijada. Alguns mestres da Lei e alguns fariseus ficaram espiando Jesus com atenção para ver se ele ia curar alguém no sábado. Pois queriam arranjar algum motivo para o acusar de desobedecer à Lei. Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e por isso disse para o homem que tinha a mão aleijada:
- Levante-se e fique em pé aqui na frente.
O homem se levantou e ficou em pé. Então Jesus disse:
- Eu pergunto a vocês: o que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer?
Jesus olhou para todos os que estavam em volta dele e disse para o homem:
- Estenda a mão!
O homem estendeu a mão, e ela sarou. Aí os mestres da Lei e os fariseus ficaram furiosos e começaram a conversar sobre o que poderiam fazer contra Jesus.