sábado, 12 de maio de 2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Cardeal
Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Meditationen zur Karwoche, 1969
Meditationen zur Karwoche, 1969
«Eu vou, mas voltarei a vós»
O evangelista João faz remontar ao momento da cruz os
dois sacramentos [do baptismo e da eucaristia]: vê-os jorrar do lado aberto do
Senhor (19,34) e aí descobre o cumprimento de certas palavras de Jesus no Seu
discurso de despedida: «Eu vou, mas voltarei a vós» (grego). «Partindo, venho;
sim, a Minha partida – a morte na cruz – é também a Minha vinda.»
Enquanto estamos vivos, o corpo não é apenas a ponte que nos liga uns aos outros, é também a barreira que nos separa, que nos encerra no reduto intransponível do nosso eu. [...] O Seu lado aberto torna-se o símbolo da nova abertura que o Senhor adquiriu na morte. Desde então, a barreira do Seu corpo desapareceu: o sangue e a água correm do Seu flanco, através da história, numa imensa onda; enquanto Ressuscitado, Ele é o espaço aberto que a todos nos convida.
O Seu regresso não é um acontecimento longínquo situado no fim dos tempos; iniciou-se já à hora da Sua morte quando, ao partir, Ele veio de forma completamente nova para o meio de nós. Assim, na morte do Senhor, cumpriu-se o destino do grão de trigo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas, se morrer, dará muito fruto (Jo 12, 24). Todos nós vivemos ainda do fruto deste grão que morreu. No pão da eucaristia, recebemos a inesgotável multiplicação dos pães do amor de Jesus Cristo, rico o bastante para saciar a fome por todos os séculos.
Enquanto estamos vivos, o corpo não é apenas a ponte que nos liga uns aos outros, é também a barreira que nos separa, que nos encerra no reduto intransponível do nosso eu. [...] O Seu lado aberto torna-se o símbolo da nova abertura que o Senhor adquiriu na morte. Desde então, a barreira do Seu corpo desapareceu: o sangue e a água correm do Seu flanco, através da história, numa imensa onda; enquanto Ressuscitado, Ele é o espaço aberto que a todos nos convida.
O Seu regresso não é um acontecimento longínquo situado no fim dos tempos; iniciou-se já à hora da Sua morte quando, ao partir, Ele veio de forma completamente nova para o meio de nós. Assim, na morte do Senhor, cumpriu-se o destino do grão de trigo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas, se morrer, dará muito fruto (Jo 12, 24). Todos nós vivemos ainda do fruto deste grão que morreu. No pão da eucaristia, recebemos a inesgotável multiplicação dos pães do amor de Jesus Cristo, rico o bastante para saciar a fome por todos os séculos.
Evangelho S. João 14,27-31a.
Naquele tempo, disse Jesus
aos seus discípulos: «Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o
mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acobarde.
Ouvistes o que Eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós.' Se me tivésseis
amor, havíeis de alegrar-vos por Eu ir para o Pai, pois o Pai é mais do que Eu.
Digo-vo-lo agora, antes que aconteça, para crerdes quando isso acontecer.
Já não falarei muito convosco, pois está a chegar o dominador deste mundo; ele
nada pode contra mim, mas o mundo tem de saber que Eu amo o Pai e actuo como o Pai me mandou.
Levantai-vos, vamo-nos daqui!»
segunda-feira, 7 de maio de 2012
"É indispensável permanecer sempre
unidos a Jesus"
Regina Coeli de Bento XVI no 5° Domingo
do Tempo Pascal
Queridos irmãos
e irmãs!
O Evangelho de hoje, 5º domingo do
Tempo Pascal, se abre com a imagem da vinha. Jesus disse aos seus discípulos:
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15,1). Muitas
vezes, na Bíblia, Israel é comparada com a fecunda vinha quando é fiel a Deus;
mas, se afasta-se Dele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele “vinho que
alegra o coração do homem”, como canta o Salmo 104 (v.15).
A verdadeira vinha de Deus, a videira
verdadeira, é Jesus, que com Seu sacrifício de amor nos doa a salvação, nos
abre o caminho para ser parte desta vinha. E como Cristo permanece no amor de
Deus Pai, assim, os discípulos, cuidadosamente podados pela palavra do Mestre
(cfr Jo 15,2-4), são unidos de modo profundo a Ele, tornando-se ramos fecundos,
que produzem abundante colheita.
São Francisco de Sales escreve: “O ramo
unido e em conjunto com o tronco porta fruto não por virtude própria, mas em
virtude da estirpe: agora, fomos unidos pela caridade ao nosso Redentor, como
membros à cabeça; eis porque... boas obras, tendo o seu valor com Ele, merecem
a vida eterna” (Tratado do Amor de Deus, XI, 6, Roma 2011, 601).
No dia de nosso Batismo, a Igreja nos
envolve como ramos no mistério pascal de Jesus, em sua própria pessoa. Desta
raiz recebemos a seiva preciosa para participar na vida divina. Como
discípulos, também nós, com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha do
Senhor ligado pelo Seu amor.
São
Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, nº 30, 3.5
Homilias sobre os Evangelhos, nº 30, 3.5
«O Espírito Santo vos ensinará tudo, e há-de
recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»
O Senhor promete justamente que o Espírito «há-de
recordar-vos tudo o que Eu vos disse.» Porque, se este Espírito não tocar o
coração dos que escutam, vã é a palavra dos que ensinam.
Portanto, que ninguém atribua àquele que ensina o que a boca do professor lhe fez compreender: se não houver Alguém que nos ensine por dentro, a língua do que ensina trabalha no vazio. Vós todos os que aqui estais, escutais a minha voz da mesma maneira; e, no entanto, não entendeis da mesma maneira o que escutais. Quer dizer que a voz não instruí, se a alma não receber a unção do Espírito.
Portanto, que ninguém atribua àquele que ensina o que a boca do professor lhe fez compreender: se não houver Alguém que nos ensine por dentro, a língua do que ensina trabalha no vazio. Vós todos os que aqui estais, escutais a minha voz da mesma maneira; e, no entanto, não entendeis da mesma maneira o que escutais. Quer dizer que a voz não instruí, se a alma não receber a unção do Espírito.
A palavra do
pregador é vã se não for capaz de acender o fogo do amor nos corações. Os
discípulos que diziam: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo
caminho e nos explicava as Escrituras?» (Lc 24,32) tinham recebido esse fogo da
própria boca da Verdade.
Quando se ouvem tais palavras, o coração abrasa-se, o
torpor frio abandona-o, o espírito já não consegue encontrar repouso e dá por
si a desejar os bens do Reino dos céus. O amor verdadeiro que o preenche
arranca-lhe lágrimas.
Como fica feliz por escutar esse ensinamento que vem
do alto e esses mandamentos que, em nós, se transformam numa tocha que nos
inflama. de amor interior. A palavra chega ao nosso ouvido e o nosso
espírito, transformado, consome-se numa doce chama interior.
Evangelho segundo S. João 14,21-26.
Naquele tempo, disse Jesus
aos seus discípulos: «Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que
Me tem amor; e quem Me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e
hei-de manifestar-Me a ele.»
Perguntou-lhe Judas, não o Iscariotes: «Porque te hás-de manifestar a nós e não
te manifestarás ao mundo?»
Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o
meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada.
Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é
minha, mas é do Pai, que me enviou».
«Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco;
mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos
ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»
domingo, 6 de maio de 2012
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