segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O perdão é um ato da vontade, não das emoções...

A frase-chave do Evangelho de hoje é: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, reprende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe”.
Em termos práticos, a palavra “perdão” significa abrir mão do direito de mover uma ação contra o ofensor. É um ato da vontade, não das emoções. O plano de Deus para o perdão a um ofensor dá a ambas as partes um novo começo rumo a uma vida melhor. O perdão de Deus é a remoção da culpa e da penalidade total de nossos pecados sem qualquer merecimento nosso.
O perdão é necessário, porque as ofensas são muitas. Jesus disse: “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!” (Lc 17,1). Nós ofendemos e somos ofendidos. Este é um problema comum nas relações humanas. Ofendemos os outros por atos, atitudes ou palavras (cf. Tg 3,2). O cristão sincero deve ser cuidadoso para não ofender nem sentir as ofensas pelos atos dos outros. Isso requer uma vigilância constante: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”, advertiu-nos Jesus.
O perdão é necessário por causa do mandamento de Deus. E Ele é bastante enfático sobre isso. Temos de perdoar cada ofensa repetidas vezes (cf. Lc 17,3-4).
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e longanimidade. Suportando-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3,12-13).
Quer dizer, tudo que for oposto ao espírito de perdão deve ser abandonado de uma vez por todas, e ser substituído por bondade, simpatia e perdão. Neste capítulo não há meio-termo: ou perdoamos uns aos outros ou nos rebelamos contra Deus.


O perdão é necessário, porque não perdoar é prejudicial. Jesus advertiu de que tal atitude é tão grave que Deus não perdoará a pessoa que não quiser perdoar outra (cf. Mt 6,12-15). É tão grave que se uma pessoa persiste nesta atitude, deve ser excluída da comunhão da Igreja (cf. Mt 18,7-9). Um espírito amargo é algo muito sério diante de Deus, merecendo a mais severa disciplina.
Perdoe todas as ofensas. Se alguém ofendê-lo, quer seja por palavras, obras ou atitude, perdoe. Se o erro se repetir mais vezes, ainda que seja no mesmo dia, perdoe (cf. Lc 17,4). Perdoe verdadeiramente, não deixe que as ofensas se acumulem de modo a resultar num grande fardo. Seu perdão deve remover a ofensa para longe, assim como Deus nos tem perdoado.
Perdoe de uma vez para sempre. Você pode dizer: “Eu posso perdoar, mas não posso esquecer”. Deus não nos ordena a esquecer. Ele está preocupado que o nosso perdão seja tão completo que, se nos lembrarmos da ofensa, será para louvá-Lo pelo perdão e não para sentir mais tarde uma mágoa pela ofensa.
Confie plenamente em Deus. Perdão é um exercício espiritual. Quando Jesus terminou Seu ensino sobre o perdão, os discípulos responderam: “Aumenta-nos a fé” (cf. Lc 17,5). O perdão pode ser estendido às pessoas pela fé em Deus.
Submeta-se totalmente ao Espírito Santo. As virtudes mencionadas em Colossenses 3,12-13, relativas ao que devemos fazer para perdoar, estão intimamente ligadas aos frutos do Espírito Santo, enumerados em Gálatas 5,22-23. O cristão que é cheio do Espírito não O entristecerá com uma atitude amarga que recusa perdoar.
Siga explicitamente o exemplo de Cristo: “Assim como Cristo vos perdoou, assim também fazei vós” (Cl 3,13). “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32). Jesus mesmo nos deixou o exemplo do perdão para seguirmos.

Ame abnegamente a pessoa que não merece. “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor” (Cl 3,14). Este espírito capacitará você a agir bondosa e pacientemente com o ofensor. “O amor é sofredor, é benigno, não se irrita, não suspeita mal, tudo sofre. O amor nunca falha” (I Cor 13,4-8). O amor de Deus é a resposta para toda nossa amargura e sentimentos irreconciliáveis.
Descanse completamente na paz de Deus Pai. Se você permitir que a paz do Senhor domine seu coração, você não terá problema com a falta de perdão (cf. Cl 3,15). Quando você “guarda a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, não terá problema com o espírito de irreconciliação (cf. Ef 4,3). A amargura e a mágoa que acompanham um espírito irreconciliável destruirão a paz do coração.

Se você pensar: “Não posso viver com a pessoa que agiu errado comigo”, lembre-se de que é a paz de Deus que deve reinar no seu coração. Se não pode amar essa pessoa, peça a Deus para amá-la por você e Ele o fará! Amando com o amor de Deus você será cheio de Sua paz (cf. Ef 4,1-3).

Perdão significa abrir mão para sempre do direito de mover uma questão contra uma pessoa, ou seja, de vingar-se dela. É um ato da vontade, não de emoções. O plano de Deus é que tanto o ofensor como o ofendido tomem um novo começo, rumo a uma vida melhor. Esteja disposto a cultivar a graça do perdão e será feliz para todo o sempre diante do Altíssimo.

Prestai atenção...

Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.
5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

Senhor das Núpcias...

Senhor das núpcias

A parábola das dez virgens surpreende-me pela sua beleza, mas deixa-me estupefacta pela dureza das Tuas palavras. Dez virgens… dez lâmpadas cheias… dez lâmpadas vazias… dez esperas para o encontro e surpresas sucessivas… a alegria do encontro cria ansiedade… gera partilha…
Prudência e imprudência, marcam o desafio proposto nesta parábola… Vigilância e Fé são sinais de que a espera do Esposo tem de ser bem preparada.

Eu sei, Senhor, que a salvação é um caminho longo a percorrer e nunca nos salvamos sós, mas sempre em comunhão. Quando oiço e medito esta Palavra, parece que estás a meter medo, pois basta o mais pequeno descuido, o mais pequeno atraso na vida pode por em causa a minha entrada no Reino. Mas, pergunto-me: como pode ser, se és o Esposo mais amável, mais fiel, mais misericordioso, bom e manso?
Preciso de perceber o contexto onde pronuncias estas palavras. Palavras de vigilância, de espevitar a Fé, de tomar consciência da relação contigo, de viver a mais profunda intimidade contigo experimentando o teu amor.
A sabedoria da vida tem de ser calibrada para se saber discernir adequadamente o percurso da caminhada de Fé.

Um simples azeite… uma lâmpada singela… mas um cansaço incontornável…
Tudo parece desmoronar-se no encontro com o Esposo se deixo de estar atenta e desperta para escutar as Tuas pertinentes e exigentes palavras de vida. A minha lâmpada perde tantas vezes o vigor e deixo-me dormir… Deixo de ter luz e Tu és a Luz que tanto preciso para não deixar avançar as trevas das minhas escuridões tão frequentes…

Tu, és o dom do Pai, o Esposo Celeste que me ofertas o diadema e com amor me colocas a aliança de um amor sempre fiel. Quero saborear a doçura das Tuas Palavras, quero estar vigilante e atenta para manter firme e constante a minha fidelidade esponsal.
A minha lâmpada de nada serve estar preparada se não vivo fortalecida e alimentada pela oração e pelo contacto mais profundo com a Tua Palavra que espevita a minha Fé e faz arder em mim a Caridade. Lâmpada acesa, azeite na almotolia, disposição interior para caminhar nas sendas do Teu amor. A luz da minha lâmpada tem de deixar resplandecer o brilho da beleza do teu Rosto.

Senhor das núpcias, não deixes amortecer a minha chama, quando estiver adormecida, espevita-a com o azeite do Teu amor. Não quero esquecer o compasso que marca a música do baile do encontro contigo. Que a ginástica do meu espírito me eleve a alma para a experiência das bodas. Que a vigilância do coração perceba que alguma coisa vai acontecer e que Tu virás a qualquer hora.

Reabre os meus ouvidos à Tua Palavra para adquirir a sabedoria que se deixa encontrar por quem a procura e se dá a conhecer a quem a deseja… que neste percurso eu encontre a Tua humildade e me incline para acolher o Teu perdão e me sente à Tua mesa saciando-me na comunhão de bens contigo.
Aceita Senhor das núpcias, a minha lâmpada acesa com perseverança, com constância e com fidelidade. Que em mim não haja espaço para o esquecimento e o descuido. Que seja sempre prudente e me prepare em cada dia para um encontro transbordante do azeite da Fé.

Quero priorizar na vida o azeite do Espírito Santo. Quero manter acesa a lâmpada da minha Fé. Sem a Fé tudo se apaga e morre. A minha salvação depende da minha Fé, da chama que arde em meu coração....