Das FMM
sábado, 12 de abril de 2014
Texto completo da quinta pregação do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap. - ROMA, 11 de Abril de 2014
Quinta Pregação de Quaresma
São Gregório Magno e o entendimento espiritual das Escrituras
Em um esforço
por colocar-nos na escola dos Padres para dar um novo impulso e profundidade à
nossa fé, não pode faltar uma reflexão sobre o modo em que eles liam a Palavra
de Deus. Será o Papa São Gregório Magno a guiar-nos à “inteligência espiritual”
e a um renovado amor pelas Escrituras.
Aconteceu no
mundo moderno, em relação à Escritura, a mesma coisa que aconteceu com a pessoa
de Jesus. A busca do exclusivo sentido histórico e literal da Bíblia que
dominou nos últimos dois séculos partia dos mesmos pressupostos e levou aos
mesmos resultados da pesquisa sobre o Jesus histórico diferente do Cristo da
fé. Jesus era reduzido a um homem extraordinário, um grande reformador
religioso, mas nada mais; a Escritura era reduzida a um livro excelente, até
mesmo o mais interessante do mundo, mas um livro como os outros, que devia ser
estudado com os meios com os quais se estudam todas as grandes obras da
antiguidade. Hoje se está indo inclusive além. Um certo ateísmo militante
maximalista, anti-judaico e anti-cristão, tem a Bíblia, especialmente o Antigo
Testamento, como um livro "cheio de abominações", que deve ser
retirado das mãos dos homens de hoje.
Nesse assalto
às Escrituras, a Igreja opõe a sua doutrina e a sua experiência. Na Dei
Verbum, o Vaticano II reafirmou a perene validade das Escrituras, como
palavra de Deus à humanidade; a liturgia da Igreja a coloca em um lugar de
honra em cada celebração sua; tantos estudiosos, na crítica mais atual, unem
também a fé mais convicta no valor transcendente da palavra inspirada. A prova
talvez mais convincente é, no entanto , a da experiência . O argumento
que, como vimos, levou à afirmação da divindade de Cristo em Nicéia, em 325 e
pelo Espírito Santo em Constantinopla no 381, se aplica plenamente também à
Escritura: nela experimentamos a presença do Espírito Santo, Cristo ainda nos
fala, o seu efeito em nós é diferente do de qualquer outra palavra; portanto
não pode ser simples palavra humana.
1. O velho se
torna novo
O propósito da
nossa reflexão é ver como os Padres nos podem ajudar a reencontrar aquela
virgindade de escuta, aquele frescor e liberdade ao aproximar-se da Bíblia que
permitem experimentar a força divina que emana dela. O Padre e Doutor da Igreja
que escolhemos como guia, eu disse, é São Gregório Magno, mas para poder
compreender a sua importância neste campo temos que voltar para as fontes do
rio do qual ele próprio faz parte e traçar, pelo menos no geral, o seu percurso
antes de chegar até ele.
Na leitura da
Bíblia, os Padres só fazem continuar na mesma linha começada por Jesus e pelos
apóstolos, e só esse dado nos deveria fazer mais cautelosos ao julgá-los. Uma
rejeição radical da exegese dos Padres significaria uma rejeição da exegese do
próprio Jesus e dos apóstolos. Jesus, aos discípulos de Emaús, explica tudo
aquilo que se referia a ele nas Escrituras; afirma que as Escrituras falam
dele, que Abraão viu o seu dia; muitos gestos e palavras de Jesus se dão “para
que sejam cumpridas as Escrituras”; os primeiros dois apóstolos dizem dele:
“Achamos aquele de quem Moisés e os profetas escreveram" (Jo 1 , 45).
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Audiência Geral: Papa Francisco explica
o
dom da sabedoria
Texto completo da catequese
CIDADE DO VATICANO, 09 de Abril de 2014
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Iniciamos hoje
um ciclo de catequeses sobre os dons do Espírito Santo. Vocês sabem que o
Espírito Santo constitui a alma, a seiva vital da Igreja e de cada cristão: é o
amor de Deus que faz do nosso coração a sua morada e entra em comunhão conosco.
O Espírito Santo está sempre conosco, está sempre em nós, no nosso coração.
O próprio
Espírito é “o dom de Deus” por excelência (cfr Jo 4, 10), é um presente de Deus
e à sua volta comunica a quem o acolhe diversos dons espirituais. A Igreja
identifica sete, número que simbolicamente diz plenitude, completude; são
aqueles que se aprendem quando nos preparamos ao sacramento da Confirmação e
que invocamos na antiga oração chamada “Sequência ao Espírito
Santo”. Os dons do Espírito Santo são: sabedoria, entendimento, conselho,
fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus
1. O primeiro dom do Espírito Santo,
segundo este elenco, é então a sabedoria. Mas não se trata simplesmente da
sabedoria humana, que é fruto do conhecimento e da experiência. Na Bíblia
conta-se que Salomão, no momento da sua coroação como rei de Israel, tinha
pedido o dom da sabedoria (cfr 1 Re 3, 9). E a sabedoria é justamente isso: é a
graça de poder ver cada coisa com os olhos de Deus. É simplesmente isso: é ver
o mundo, ver as situações, as conjunturas, os problemas, tudo, com os olhos de
Deus. Esta é a sabedoria. Algumas vezes vemos as coisas segundo o nosso prazer
ou segundo a situação do nosso coração, com amor ou com ódio, com inveja… Não,
estes não são os olhos de Deus. A sabedoria é aquilo que faz o Espírito Santo
em nós a fim de que nós vejamos todas as coisas com os olhos de Deus. É este o
dom da sabedoria.
2. E obviamente isto deriva da intimidade
com Deus, da relação íntima que nós temos com Deus, da relação de filhos com o
Pai. E o Espírito Santo, quando nós temos esta relação, nos dá o dom da
sabedoria. Quando estamos em comunhão com o Senhor, é como se o Espírito Santo
transfigurasse o nosso coração e o fizesse perceber todo o seu calor e a sua
predileção.
terça-feira, 8 de abril de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
domingo, 6 de abril de 2014
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