segunda-feira, 3 de setembro de 2012

REPARAR AMANDO...


Toda a vida de Jesus, todos os seus actos, todos os seus mistérios, todas as suas palavras e todas as suas atitudes, foram actos de amor, pois Ele é o Amor encarnado. Esse amor toma um sentido mais redentor, mais expiatório, mais reparador na oferta da Cruz, no dom da vida em amor ao Pai e aos homens. Unidos a Jesus podemos e devemos continuar a reparar amando e a amar reparando. Neste sentido toda a nossa vida deve ser reparadora, desde os momentos de oração, de adoração a Jesus Eucaristia, até aos momentos de trabalho e de serviço aos outros, passando por todas as maneiras de cooperar na obra redentora.
Reparar é amar Jesus presente na Eucaristia, oferecendo-se com ele, fazendo-Lhe companhia no sacrário, louvando e glorificando a sua presença em Corpo e em Sangue, Alma e Divindade. Se a Eucaristia é o sacramento do amor, por excelência, temos no diálogo com Ele, um modo precioso de reparar. Temos na oferta com Ele na Eucaristia, como a gota de água no vinho, uma maneira eficaz de colaborar na redenção, sendo oferenda permanente, sendo “hóstias vivas” oferecidas para que o mundo seja salvo.

Reparar é amar Jesus presente em cada homem e em cada mulher, em cada membro sofredor do seu Corpo Místico, onde Ele está presente. Sempre que amamos alguém, com amor evangélico, estamos a reparar, estamos a fazer bem a um cristo vivo, doente, preso, sofredor, injustiçado, só, idoso, desamparado, etc. Estes actos de amor cooperam na redenção, são modos concretos de reparar as chagas do Corpo Místico, onde Jesus continua a sofrer.

Reparar é amar, é trabalhar por amor quer na nossa profissão ou missão, quer no nosso apostolado, quer nas diversas actividades do nosso agir, por mais simples que nos pareçam. Se as fazemos por amor e com amor, estamos a reparar, estamos a cooperar na redenção, estamos a ajudar a construir e a dilatar o reino, estamos, com o nosso trabalho, a ser instrumentos do amor reparador no mundo.

Reparar é amar, é sofrer com amor e por amor, unido a Jesus Vítima, a Jesus Crucificado e, com Ele, oferecer as dores e os sofrimentos para redenção do mundo, para que a graça do sangue do Redentor lave o coração e a vida de todos os homens. Não perder nenhuma ocasião de oferecer as dores, quaisquer que sejam, vindas de fora ou motivadas por nós em espírito de penitência, para que a graça de Jesus Crucificado continue a agir no mundo, salvando e convertendo.

Reparar é amar, é rezar pelo mundo sofredor, é ter no coração e na vida o mundo inteiro para o oferecer a Jesus, e com Jesus ao Pai, é ser apóstolo através da oração universal, da oração que pede a misericórdia, da oração que pede por todos, que coloca todos no Coração de Deus, esquecendo-nos mais de nós, sendo menos egoístas na súplica, tendo um coração mais universal, rezando pelos que não rezam, pelos que não sabem rezar, pelos que não podem rezar.

Reparar é amar, e quem ama quer fazê-Lo mais conhecido, mais amado, mais louvado, mais servido, mais glorificado, e, por isso, se lança em vivência apostólica, com ânsias de amor, para que Jesus e o Pai, pela acção do Espírito sejam mais conhecidos, para que os pecadores se convertam, para que os ateus ou agnósticos descubram a Verdade, para que os tíbios e indiferentes encontrem caminhos de mais amor, mais generosidade.

Reparar é amar, é fazer com que haja menos pecados no mundo, é fazer com que haja menos blasfémias, menos sacrilégios, menos crimes, menos injustiças, menos famílias destruídas pela infidelidade, menos órfãos abandonados, menos idosos desamparados, menos guerra e menos violência, menos atentados à dignidade do amor casto, do pudor, do corpo como santuário de Deus.
Unidos a Jesus Cristo, participando da sua vida pelo baptismo, somos com Ele sacerdotes e vítimas, mediadores e redentores. A nossa participação n’Ele, a vivência duma existência cristã que nos mergulha em Jesus, torna-nos solidários com Ele. E n’Ele e com Ele entramos em comunhão com o Pai. Se o pecado é negação do amor, traição ao amor divino, se o pecado é rebeldia e desobediência, só amando ao jeito de Jesus e unidos a Ele, podemos desempenhar dum modo digno a nossa “obrigação”, nascida da nossa vocação cristã, de reparar amando, de amar reparando. E como só o amor salva e liberta, só o amor redime, só o amor converte, quanto mais amarmos, com o amor de Jesus, tanto mais a nossa existência será reparadora.

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