Mensagem de paz e esperança para os
moradores da comunidade de Varginha

O papa
Francisco, como mensageiro de paz e de esperança no Rio, está contribuindo, de
alguma forma, para "pacificar" os conflitos que existem entre mundos,
culturas e classes sociais contrapostos, numa sociedade dividida e polarizada,
na qual prossegue o processo de "limpeza" de guetos: no caso, as
favelas.
Citius, Altius,
Fortius: “Mais rápido, mais alto, mais forte” é o lema dos Jogos Olímpicos, e
pode ser aplicado ao desafio lançado pelo papa aos jovens desta Jornada Mundial
da Juventude. Ele, que recebeu do prefeito Eduardo Paes as chaves da cidade, já
tinha aberto a porta do coração dos cariocas e dos brasileiros.
Atravessando às
11h30 a rua Leopoldo Bulhões, que dá acesso à comunidade de Varginha, Francisco
entrou na capela de São Jerônimo Emiliani e abençoou o novo altar.
Francisco é uma
correnteza, como aquelas que, nas chuvas torrenciais, arrastam as casas e as
pessoas dessa região da cidade sem que as autoridades façam nada para ajudar,
disse em seu discurso de boas-vindas o voluntário Rangler dos Santos Irineu,
que é catequista juntamente com a esposa, Joana.
Rangler propôs,
“já que Sua Santidade gosta de sair dos protocolos”, chamá-lo simplesmente de
padre Francisco, como um pai que acolhe a todos, especialmente os mais pobres.
Ao sair da
igreja, o papa recebeu uma echarpe do San Lorenzo, seu time do coração na
Argentina.
Cruzando a
favela, que recebeu algumas melhorias para a ocasião, Francisco beijou,
acariciou, apertou a mão de crianças, jovens, idosos, doentes, recebendo
presentes, lembranças, objetos a ser abençoados.
Depois de
entrar em uma casa humilde, onde permaneceu durante oito minutos, Francisco
foi recebido numa tribuna simples, onde foi novamente saudado e ouviu novos agradecimentos pelo testemunho de predileção por uma comunidade entre as mais pobres da cidade.
foi recebido numa tribuna simples, onde foi novamente saudado e ouviu novos agradecimentos pelo testemunho de predileção por uma comunidade entre as mais pobres da cidade.
Usando a
expressão de Santa Catarina, que chamava o papa de “doce Cristo na terra”, os
jovens mencionaram a ligação entre São Jerônimo Emiliani, a quem é dedicada a
igreja local, e a juventude da comunidade, da qual ele é o padroeiro.
Pouco depois, o
papa tomou a palavra. Disse que gostaria de "ter batido de porta em porta,
pedindo um copo de água fresca, tomando um cafezinho, conversando e escutando
pais, filhos e avós...".
Mas teve que
escolher uma comunidade em particular, que representasse todos os cantos do
Brasil, todas as "periferias existenciais e sociais".
Francisco encorajou o espírito de partilha e de
solidariedade, usando a feliz expressão brasileira "botar mais água no
feijão". "Só quando somos capazes de compartilhar é que enriquecemos
de verdade. Tudo o que se compartilha se multiplica! A medida da grandeza de
uma sociedade é determinada pelo seu modo de tratar os mais necessitados,
aqueles que não têm nada além da sua pobreza", disse o papa.
Seu discurso sempre se voltava ao Documento de Aparecida.
“Eu quero lhes dizer que a Igreja é advogada da justiça e defensora dos pobres
contra as desigualdades sociais e econômicas intoleráveis, que
bradam aos céus”.
A proteção da vida, a promoção da família, a educação
integral e não apenas focada em noções gerais, a atenção à saúde, não só
física, mas também espiritual, a segurança, não podem ficar de fora dos
interesses de uma nação.
Interrompido por aplausos frequentes, o papa não queria
terminar o discurso sem insistir para que os jovens da periferia não se
acostumem com o mal. A corrupção e a injustiça indignam e desanimam, mas “a
realidade pode mudar, o homem pode mudar”.
Confiando todos a Nossa Senhora Aparecida e dando a sua
bênção, Francisco terminou com sucesso aquele encontro, projetando, a partir de
uma favela, uma esperança e um projeto novo de redenção humana e espiritual.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.