
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.

O que fazemos para encontrar a jóia (Jesus) que perdemos?
Jesus continuou a mostrar aos críticos escribas e fariseus a razão pela qual Ele comia com os pecadores, ao contar outra parábola parecida com a da ovelha perdida.
O dote de casamento da mulher comumente consistia em moedas que ela guardava cuidadosamente como seu maior tesouro, para transmitir às filhas. A perda de uma dessas moedas era considerada séria calamidade e sua recuperação era causa de grande alegria, motivo até de comemoração de toda vizinhança.
As mulheres geralmente colocavam tais moedas em uma faixa que usavam na testa para que todos pudessem ver. Essa moeda grega, a dracma, não tinha praticamente valor monetário, só valor sentimental, pois ela simbolizava a aliança existente entre os noivos.
No oriente, as casas pobres consistiam normalmente em um único quarto sem janelas e escuro. Tinha piso de terra batida ou pedra recoberto com palha para aliviar a poeira, o frio e a umidade. O quarto raramente era varrido e uma moeda que caísse ali era facilmente encoberta pelo pó e pelo lixo. Para encontrá-la, mesmo durante o dia, era preciso acender uma candeia [lamparina] e varrer a casa. Mas o valor sentimental da moeda compensava qualquer esforço.
A moeda é um objeto de metal, sem sentimento, sem razão, sem noção das coisas. Uma moeda perdida, ao contrário da ovelha, não sabe e nem sente que está perdida e, por isso, não acha que precisa de salvação. Ela não tem consciência da sua situação. Quando a moeda se perde, ela também perde o seu valor. Ela só brilha quando está nas mãos de seu dono. Jogada no chão, a moeda não tem valor. Ela perde o sentido de existir. Pode até brilhar por um tempo, até que a ferrugem tome conta dela e finalmente acabe enterrada e esquecida.
A moeda perdida simboliza as pessoas que hoje estão perdidas, mas não têm consciência da sua situação. Para elas, aparentemente, tudo está em ordem. Mas na verdade está tudo errado. Elas se recusam a aceitar que estão perdidas e insistem em dizer que está tudo bem. Carregam um vazio que dói. Que perturba. Que incomoda e que não as deixa ser felizes. A moeda perdida representa todos os homens e mulheres que não aceitam e nem reconhecem que estão perdidos.
Essas pessoas pensam que o que dá significado à vida é o brilho que elas têm. Concentram sua atenção nos próprios talentos, na própria capacidade. Podem ser grandes artistas, grandes profissionais, homens que brilham, mas não têm paz. Não querem reconhecer que precisam de Deus.
Nesta parábola, Cristo ensina que mesmo os que são indiferentes aos apelos de Deus não deixam de ser objeto do Seu amor incondicional. Continuam sendo procurados para salvação.
A expressão “acender a candeia” define claramente o dever dos cristãos para com os que necessitam de auxílio devido ao distanciamento de Deus. Os errantes não devem ser deixados em trevas e no erro, mas cumpre empregar todos os meios possíveis para trazê-los novamente à luz.