Delegações de religiosas de todo o mundo foram recebidas pelo Papa na manhã
desta quarta-feira na Sala Paulo VI, no Vaticano. As 800 irmãs, delegadas de
1900 diferentes Congregações, se reuniram nos últimos dias na Assembleia
Plenária da União Internacional das Superioras Gerais, em Roma. Com elas,
estava também o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os
Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica, a quem Papa
Francisco agradeceu logo no início de seu discurso. Dom João esteve domingo,
05, na Assembléia, participando de um debate e celebrando uma missa para as
irmãs.
“Centralidade de Cristo, autoridade como serviço de amor, e ouvir a
Mãe-Igreja”. Estas foram as três principais indicações sugeridas pelo Papa às
religiosas, ao se dirigir a elas.
“O que seria da Igreja sem vocês? Faltaria o carinho, a maternidade, a ternura,
a intuição das mães. Queridas irmãs, disse Francisco, fiquem certas de que eu
as acompanho de perto, rezo por vocês, mas por favor, rezem também por mim!”,
pediu.
Em sua fala, o Papa também lembrou que “adorar e servir são dois comportamentos
que não se separam, mas caminham sempre juntos; e disse que obediência é ouvir
a vontade de Deus e aceitar que a obediência passe através das mediações
humanas”.
“Lembrem-se que a relação autoridade/obediência se insere no contexto maior do
mistério da Igreja e constitui uma atuação especial de sua função mediadora”.
Outra questão recomendada para a reflexão das religiosas foi a pobreza, que –
disse – não è a pobreza teórica:
Avançando, Papa Francisco passou ao segundo elemento no exercício da
autoridade: o serviço, que teve seu ápice luminoso na cruz. “Para o homem –
especificou – quase sempre a autoridade è sinônimo de posse, mas a autoridade
como serviço è sinônimo de amor, significa entrar na lógica de Jesus que se
inclinou para lavar os pés aos pobres. Quem quiser ser grande será servidor e
antes ainda, escravo”.
Após criticar comportamentos carreiristas de homens e mulheres da Igreja, que
usam o povo como trampolim para suas ambições pessoais, pediu às religiosas que
exerçam autoridade compreendendo, amando, ajudando, abraçando todos,
especialmente quem se sente excluído, nas periferias existenciais do mundo
humano.
“È impossível – acrescentou – que uma consagrada e um consagrado não sintam com
a Igreja, e a eclesialidade é uma das dimensões constitutivas de sua vocação, é
um carisma fundamental para a Igreja. O ‘sentir com a Igreja’ – explicou – se
expressa na fidelidade ao magistério, em comunhão com os pastores e com o bispo
de Roma, sinal de unidade visível”.
“O anúncio – reafirmou o Pontífice, citando Paulo VI – não é jamais um ato
isolado ou de grupo. A evangelização se realiza graças a uma inspiração
pessoal, em união com a Igreja e em nome dela”.
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