Ano da fé, especial contribuição ao atual momento histórico
A conferência de imprensa aconteceu na sala João Paulo II da Santa Sé,
conduzida por monsenhor Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para
a Promoção da Nova Evangelização.
Fisichella respondeu a ZENIT que é muito importante a participação dos leigos
no Ano da Fé e recordou que “o último foi em 1968, com o desejo de recordar o
martírio do apóstolo Pedro de acordo com a tradição. Não nos esqueçamos de que
1968 traz à mente de todos um momento particular da história. Naquelas
circunstâncias, Paulo VI quis encerrar o Ano da Fé com a profissão de fé
recordada em nossos dias como o Credo do Povo de Deus”.
“Portanto, existem momentos extraordinários para circunstâncias peculiares.
Neste caso, são os cinquenta anos do Concílio Vaticano II e os vinte da
publicação do Catecismo da Igreja católica. Quisemos fazer um momento de
reflexão num contexto de crise generalizada”.
“Não escondemos que existe uma crise de fé, mas só quando tomarmos plena
consciência da crise é que encontraremos as formas de resolver este momento
crítico”.
“O Ano da Fé quer oferecer às pessoas que já creem um apoio para a fé
cotidiana, e, para quem ainda está procurando a Deus, um sinal concreto de que
Deus está presente e vivo no meio de nós. É a experiência de Jesus Cristo que
tem que ser comunicada, também para aqueles que estão buscando a Deus ou,
infelizmente, nem sequer se colocam a questão da ausência de Deus. É um modo de
indicar que pensar e viver como se Deus não existisse não nos levará muito
longe. Achamos que será uma contribuição particular para o atual momento
histórico que estamos vivendo”.
Na roda de imprensa, Fisichella apresentou o amplo calendário e lançou o site
www.annusfidei.va, que trará
informações sobre os eventos locais e estará disponível em vários idiomas dentro
em breve.
O logotipo do evento “reapresenta uma barca, imagem da Igreja navegando sobre
as águas. O mastro maior é uma cruz que iça velas com símbolos como o trigrama
de Cristo (IHS). No fundo das velas está representado o sol, que, associado ao
trigrama, nos leva à eucaristia”.
“O hino oficial do Ano da Fé é o Credo, Domine, adauge nobis
fidem,estribilho que invoca o Senhor pedindo que ele nos aumente a fé,
sempre frágil e necessitada da sua graça”, prosseguiu Fisichella. “Depois, em
setembro, sairá em diversos idiomas o subsídio pastoral Viver o Ano da
Fé, preparado para as comunidades paroquiais e para quem quiser conhecer os
conteúdos do credo”.
Monsenhor Fisichella quis ressaltar principalmente as motivações indicadas
por Bento XVI na carta apostólica Porta Fidei: “Como sucessor de Pedro,
recordo a exigência de descobrir o caminho da fé para trazer à luz, sempre com
mais evidência, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo”.
O Ano da Fé servirá para fortalecer o testemunho de tantos crentes “que nas
fadigas cotidianas não deixam de confiar com convicção e coragem a própria
existência ao Senhor Jesus”, destacou o promotor da Nova Evangelização.
“Este ano está sendo marcado por uma crise generalizada que atinge também a
fé. Submetido há décadas às correrias de um secularismo que em nome da autonomia
individual pedia a independência de cada autoridade revelada e assumia o
programa de viver no mundo como se Deus não existisse, os nossos contemporâneos
se encontram muitas vezes sem saber sequer onde estão. A crise de fé é uma
expressão dramática de uma crise antropológica, que abandonou o homem a si
mesmo. Por isso, ele se encontra hoje confuso, sozinho, à mercê de forças que
ele não conhece e sem uma meta à qual dedicar a sua existência”.
Para encerrar, monsenhor Fisichella agradeceu ao papa por “ter querido este
Ano”. “A espera é grande, assim como o desejo de corresponder de modo pleno e
coerente”. O religioso se mostrou particularmente agradecido “porque o papa
decidiu dedicar as catequeses das quartas-feiras ao tema da fé”.
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