quarta-feira, 4 de maio de 2011

OLHAR-TE... MINHA LUZ...


Olhar-te?
Não será, Senhor mero exercício de movimento?
Olhar-te! Deixar-me inundar pelo brilho do Teu olhar,
É, Senhor, deixar que penetres no mais íntimo
É escancarar as portadas das minhas janelas,
Para deixar-me iluminar pela claridade da Tua Luz!

Olhar-te?
É descobrir pouco a pouco
A certeza da Luz que teima em brilhar
No meio das trevas tantas vezes bem obscuras!
É deixar que percebas que Tu, és para mim,
Brilho, o brilho que preciso para encontrar a Tua beleza,

Olhar-te?
É unção que oleia as dobradiças do meu coração
Perro, enferrujado, gasto e porque não tantas vezes
Apoquentado porque o desencanto teima em aparecer!
Olhar-te, é unção que torna moldável um coração
Afectuoso e amante, desejoso de se deleitar apenas no Teu amor!

Olhar-te?
É fixar em ti o meu olhar embaciado,
Descobrindo em Ti, o olhar límpido transparente e amável.
É descobrir a meiguice da Tua amizade e da Tua predilecção por mim,
É ficar extasiada com a Tua beleza!
É olhar-te, com ternura porque o coração está completamente
Conquistado, enamorado e sente-se o mais amante, porque,
Olhar-te faz-me sentir a mais  simples, a mais querida e a mais amada!

Olhar-te?
É deixar que entres no meu ser,
É deixar que o meu olhar se cruze com o Teu e em Ti,
Descubra o descanso, o refúgio e o conforto.
Olhar-te? É descobrir-te minha verdade, minha vida,
Meu destino, meu caminho, meu único amor!

Olhar-te?
É deixar que toques as raízes mais profundas do meu ser,
Quando me olhas e eu te olho, a dança do nosso olhar cruza-se
Na plenitude o amor, porque o encontro e a sedução por Ti,
Tornam belos os meus pobres sentimentos,
Tornam mais fiel a minha entrega,
Transformam o meu serviço em doação livre e generosa.
Permite-me, fazer da minha oração,
As pedras que tenho que trilhar para alcançar
A beleza do Teu doce e terno olhar!
Permite-me que Te olhe e que eu me deixe tocar pelo Teu olhar!
Permite-me que aos poucos me deixe transfigurar por Ti,
Transformando o meu olhar carnal em olhar de bem-aventurança!
Quando, Senhor, na câmara obscura do meu olhar interior,
Teimar em fazer-se escuridão, vem, faz-te brilho nessas montanhas
rochosas que matam e destroem a Tua presença em mim.
Vem! Faz-te Luz em mim, resplandece em meu olhar,
Entra e deixa que de novo Te contemplar-te para que
Sejas mais meu para sempre!

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